Esfíncter Esofágico Inferior: Função, Disfunções e Tratamento

Introdução

O esfíncter esofágico inferior (EEI) é uma estrutura muscular localizada na junção entre o esôfago e o estômago. Ele desempenha um papel crucial no sistema digestivo, atuando como uma “válvula” que controla a passagem de alimentos do esôfago para o estômago e impede o refluxo do conteúdo gástrico de volta ao esôfago. Quando o EEI não funciona corretamente, podem ocorrer problemas como a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Neste artigo, vamos explorar em detalhes a anatomia, a função, as disfunções e o tratamento relacionado ao esfíncter esofágico inferior.

Anatomia do Esfíncter Esofágico Inferior

O esfíncter esofágico inferior é uma região especializada da musculatura lisa do esôfago, localizada logo acima do estômago. Ele forma uma zona de alta pressão que atua como uma barreira física entre o esôfago e o estômago. O EEI não é uma estrutura anatômica distinta, mas sim uma região funcional que mantém o tônus muscular para evitar o refluxo.

Características Principais:

  • Localização: Situa-se na junção gastroesofágica, onde o esôfago se conecta ao estômago.
  • Composição: Composto por fibras musculares lisas que se contraem e relaxam de forma coordenada.
  • Função primária: Impedir o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.

Função do Esfíncter Esofágico Inferior

O EEI desempenha duas funções principais:

  1. Permitir a passagem de alimentos: Quando engolimos, o EEI relaxa para permitir que o alimento passe do esôfago para o estômago.
  2. Impedir o refluxo: Após a passagem do alimento, o EEI se contrai para evitar que o conteúdo ácido do estômago retorne ao esôfago.

Esse mecanismo de relaxamento e contração é controlado pelo sistema nervoso autônomo e por hormônios digestivos. Quando o EEI funciona corretamente, ele protege o esôfago dos efeitos corrosivos do ácido gástrico.

Disfunções do Esfíncter Esofágico Inferior

Quando o EEI não funciona adequadamente, podem ocorrer problemas como o refluxo gastroesofágico. As principais disfunções incluem:

  1. Relaxamento Inadequado do EEI
  • Acalasia: Uma condição rara em que o EEI não relaxa adequadamente durante a deglutição, dificultando a passagem de alimentos para o estômago. Isso pode levar a sintomas como dificuldade para engolir (disfagia), regurgitação e perda de peso.
  1. Tônus Reduzido do EEI
  • Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE): Ocorre quando o EEI não se contrai adequadamente, permitindo que o ácido gástrico retorne ao esôfago. Isso causa sintomas como azia, regurgitação e dor no peito. A DRGE é a disfunção mais comum associada ao EEI.
  1. Hipertensão do EEI
  • Espasmo do EEI: Uma condição em que o EEI se contrai de forma excessiva ou inadequada, causando dor no peito e dificuldade para engolir.

Sintomas de Disfunção do EEI

Os sintomas variam dependendo da disfunção específica, mas podem incluir:

  • Azia: Sensação de queimação no peito, geralmente após as refeições.
  • Regurgitação: Retorno do conteúdo gástrico para a boca.
  • Disfagia: Dificuldade para engolir.
  • Dor no peito: Pode ser confundida com dor cardíaca.
  • Tosse crônica: Causada pelo refluxo de ácido para a garganta.
  • Rouquidão: Devido à irritação das cordas vocais pelo ácido.

Diagnóstico de Problemas no EEI

O diagnóstico de disfunções do EEI envolve uma combinação de avaliação clínica e exames específicos:

  1. Endoscopia Digestiva Alta
  • Descrição: Um tubo flexível com uma câmera é inserido pela boca para visualizar o esôfago, o EEI e o estômago.
  • Objetivo: Identificar inflamações, úlceras ou outras anormalidades.
  1. Manometria Esofágica
  • Descrição: Mede a pressão e a função muscular do esôfago e do EEI.
  • Objetivo: Avaliar o tônus do EEI e a coordenação dos movimentos esofágicos.
  1. pHmetria Esofágica
  • Descrição: Mede a quantidade de ácido que retorna ao esôfago.
  • Objetivo: Confirmar o diagnóstico de DRGE.
  1. Estudo Radiológico com Contraste
  • Descrição: O paciente ingere um líquido contrastante, e imagens de raios-X são tiradas para avaliar a função do EEI.
  • Objetivo: Identificar obstruções ou alterações anatômicas.

Tratamento das Disfunções do EEI

O tratamento depende da causa específica da disfunção, mas pode incluir:

  1. Mudanças no Estilo de Vida
  • Elevar a cabeceira da cama: Para reduzir o refluxo durante o sono.
  • Evitar alimentos gatilho: Como café, chocolate, álcool e alimentos gordurosos.
  • Perder peso: A obesidade é um fator de risco para a DRGE.
  • Comer porções menores: Para reduzir a pressão sobre o EEI.
  1. Medicamentos
  • Inibidores da bomba de prótons (IBPs): Como omeprazol e esomeprazol, que reduzem a produção de ácido gástrico.
  • Bloqueadores H2: Como ranitidina, que também reduzem a acidez estomacal.
  • Procinéticos: Como metoclopramida, que melhoram a motilidade esofágica e o tônus do EEI.
  1. Procedimentos Cirúrgicos
  • Fundoplicatura: Uma cirurgia que envolve envolver a parte superior do estômago ao redor do EEI para fortalecê-lo.
  • LINX: Um dispositivo magnético implantado ao redor do EEI para reforçar sua função.

Prevenção de Problemas no EEI

Para manter a saúde do EEI e prevenir disfunções, é importante:

  • Adotar uma dieta equilibrada e evitar alimentos que relaxem o EEI, como cafeína e álcool.
  • Manter um peso saudável.
  • Evitar deitar-se logo após as refeições.
  • Parar de fumar, pois o tabagismo reduz o tônus do EEI.

Conclusão

O esfíncter esofágico inferior é uma estrutura vital para o funcionamento adequado do sistema digestivo. Quando ele não funciona corretamente, podem surgir problemas como a DRGE, que afetam significativamente a qualidade de vida. Com mudanças no estilo de vida, tratamento médico e, em alguns casos, intervenção cirúrgica, é possível controlar as disfunções do EEI e prevenir complicações. Se você apresenta sintomas de refluxo ou outras disfunções esofágicas, consulte um médico para obter um diagnóstico e tratamento adequados.

Glossário de Termos Relacionados à Hipertensão

  • Hipertensão Arterial: Condição caracterizada pela elevação persistente da pressão sanguínea nas artérias.
  • Pressão Sistólica: Pressão nas artérias quando o coração se contrai e bombeia sangue.
  • Pressão Diastólica: Pressão nas artérias quando o coração está em repouso entre as batidas.
  • Aterosclerose: Acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias, causando seu estreitamento.
  • Esfíncter Esofágico Inferior: Músculo na base do esôfago que impede o refluxo do ácido estomacal.
  • Dieta DASH: Plano alimentar projetado para prevenir e controlar a hipertensão, rico em frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura.
  • Inibidores da Bomba de Prótons (IBP): Medicamentos que reduzem a produção de ácido no estômago.
  • Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina II (BRA): Medicamentos que relaxam os vasos sanguíneos bloqueando a ação da angiotensina II.
  • Diuréticos: Medicamentos que ajudam os rins a eliminar o excesso de sódio e água do corpo.
  • AIMC (Índice de Massa Corporal): Medida usada para avaliar se uma pessoa está com peso saudável, excessivo ou insuficiente.
  • Eletrocardiograma (ECG): Teste que registra a atividade elétrica do coração.
  • Ecocardiograma: Exame de ultrassom que avalia a estrutura e a função do coração.
  • Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial: Medição da pressão arterial em diferentes momentos do dia, geralmente por 24 horas.
  • Imunossupressores: Medicamentos que suprimem a resposta do sistema imunológico.
  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Forma de psicoterapia que ajuda a modificar padrões de pensamento e comportamento.
  • Fibrose Hepática: Formação de tecido cicatricial no fígado devido a danos crônicos.
  • Renina: Enzima produzida pelos rins que desempenha um papel crucial na regulação da pressão arterial.
  • Angiotensina II: Hormônio que causa vasoconstrição e aumento da pressão arterial.
  • Volume Sanguíneo: Quantidade total de sangue circulando no corpo.
  • Picos Glicêmicos: Aumento rápido e temporário dos níveis de glicose no sangue após a ingestão de carboidratos.
  • Monitor Contínuo de Glicose (MCG): Dispositivo que mede continuamente os níveis de glicose no sangue.
  • Cetoacidose Diabética: Complicação grave do diabetes caracterizada por altos níveis de cetonas no sangue e acidose metabólica.
  • Glucagon: Hormônio que aumenta os níveis de glicose no sangue, promovendo a liberação de glicose pelo fígado.
  • Glicólise: Processo anaeróbico de quebra da glicose para gerar energia.
  • Ciclo de Krebs: Processo aeróbico que gera energia a partir do piruvato, produzindo ATP, NADH e FADH₂.
  • Gliconeogênese: Processo de produção de glicose no fígado a partir de fontes não-carboidratos.
  • Angiotensina: Hormônio que desempenha um papel na regulação da pressão arterial.
  • Resistência à Insulina: Condição em que as células do corpo não respondem adequadamente à insulina, resultando em níveis elevados de glicose no sangue.
  • Aneurisma: Dilatação anormal de uma artéria, podendo levar a ruptura e hemorragia interna.
  • Insuficiência Renal: Condição em que os rins não conseguem filtrar adequadamente os resíduos do sangue.

Referências Científicas

  1. American Gastroenterological Association (AGA). (2021). Guidelines for the Diagnosis and Management of Gastroesophageal Reflux Disease (GERD). Disponível em: https://www.gastro.org.
  2. National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK). (2020). Gastroesophageal Reflux (GER) and Gastroesophageal Reflux Disease (GERD). Disponível em: https://www.niddk.nih.gov.
  3. Vaezi, M. F., & Pandolfino, J. E. (2019). Esophageal Motility Disorders and Gastroesophageal Reflux Disease. New England Journal of Medicine, 380(20), 1961-1972.
  4. Kahrilas, P. J., et al. (2017). The Role of the Lower Esophageal Sphincter in Gastroesophageal Reflux Disease.Gastroenterology, 153(5), 1236-1249.

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